quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Apresentação de candidatura à Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista


CAROS E CARAS CAMARADAS
MEUS AMIGOS E MINHAS AMIGAS
SENHORES REPRESENTANTES DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

As minhas primeiras palavras são para vos apresentar o meu pedido de desculpa e, simultaneamente, o meu agradecimento pelas condições em que se está a realizar este jantar. A vossa adesão superou as minhas expectativas mais optimistas, se considerarmos que este jantar foi organizado num curtíssimo espaço de tempo.

CAMARADAS,

É uma grande honra e uma grande responsabilidade.

Este será o primeiro dia de um combate muito difícil para todos nós. Um combate que queremos democrático – mas empenhado. Empenhado antes de tudo no restabelecimento da participação democrática de todos os militantes do Distrito na luta em defesa dos valores do PS e em defesa do desenvolvimento solidário do Distrito de Coimbra.

Estes militantes que aqui estão, são o rosto do verdadeiro Partido Socialista no Distrito. São o rosto dos que acreditam que é possível fazer mais e melhor, são o rosto dos que não perderam a esperança e a coragem de lutar, são o rosto e a alma do Verdadeiro PS, que queremos livre, actuante, militante de causas nobres, em defesas dos mais pobres, dos idosos, das mulheres e de todos os que carecem do apoio do Estado Social, que defenderemos todos e cada dia do nosso mandato, se essa for a Vossa vontade.

Com a vossa atitude quiseram expressar a vossa confiança em mim para protagonizar este projecto.

Pois aqui estou. Para defender todos esses ideais e para vos garantir que conto convosco nesta candidatura até ao último voto escrutinado.

Aqui vos prometo solenemente que nada, nem ninguém me fará vacilar nesta vontade de convosco devolver ao Partido Socialista de Coimbra a sua identidade perdida.

O PS Coimbra tem memória e revê-se nela. Durante anos, muitos de vocês lutaram pela afirmação de um projecto político credível para a sociedade portuguesa, assente na preocupação com os mais desfavorecidos e na construção de uma sociedade mais igual e solidária. Nada exigiram. Nada pediram. Mas mantiveram essa convicção, essa consciência do colectivo e do superior interesse público em detrimento do interesse de cada um no momento e da avaliação interesseira do exercício militância partidária.

E é por isso que aqui estamos aqui esta noite. Para dizer basta. Para afirmarmos ao distrito de Coimbra o vosso orgulho de serem socialistas e a vossa determinação de honrar o legado de Tomé, de António Portugal, de Fernando Vale e de Fausto Correia. Nunca os esqueceremos. Como temos no nosso coração e memória tantos outros que neste Distrito deram o melhor de si, prejudicando projectos pessoais, em defesa do bem comum, em defesa dos valores e princípios republicanos.

E acreditem, vocês são os únicos herdeiros dos seus ideais, porque são frontais, porque têm convicções, porque têm valores e querem um partido organizado a partir das suas raízes e não da copa.

Há umas semanas atrás um antigo militante desiludido com o actual rumo do partido e desencantado com os actuais valores que orientam a condução do PS no Distrito de Coimbra confidenciava-me que os ideais agora têm uma origem nómada. Não há preocupação em tratar, nem em cuidar da árvore socialista. Apenas se ambiciona colher os frutos. E é por isso que a raiz apodrece e a árvore vai secando.

Nós temos pela frente esse desafio. E vocês são a raiz de uma nova forma de estar e ser na política, assumindo a diferença e construindo um Partido Socialista credível no Distrito de Coimbra.

Temos de ser capazes de promover a união desta grande família socialista, onde todos tenham lugar sem olhar a vencidos e vencedores. Esse é o meu compromisso com o PS e com vocês. Não criar um partido dividido. Quero um PS unido e motivado para um projecto socialista para o Distrito, preocupado com as suas gentes e com a sua afirmação no contexto nacional.

Mas a unidade não é sinónimo de unicidade. Não estou disponível para qualquer projecto de unidade à custa de consensos forçados ou assente na distribuição de posições ou cargos. A unidade constrói-se em volta de um projecto político para o qual todos devemos ser contribuintes e não só beneficiários.

É por isso que para o meu Secretariado da Federação serão convidados elementos da candidatura que se nos opuser. Não faz sentido dentro do mesmo partido, com um projecto de transformação da sociedade, não serem todos chamados a nele participar. Com divergências de opinião. Com estratégias diferentes. Mas todos com o mesmo objectivo: Um Partido Socialista forte.

Comprometo-me com vocês em não concentrar em mim a sapiência do saber fazer político enquanto Presidente da Federação. O meu Secretariado, como órgão executivo superior de actividade política, tem de ser dotado de superiores quadros do Partido, responsáveis em cada sector pela sua organização e articulação com a sociedade, bem como com as diversas estruturas socialistas.

Recordo-me da forma de trabalhar e da organização dos Secretariados da Federação de que fiz parte há alguns anos atrás. E de como colhemos nos últimos quatro anos os dividendos desse trabalho. Agora é tempo de voltar a semear…

Também temos de alterar o modelo de selecção dos nossos representantes na Assembleia da República. A participação política deve envolver-nos a todos e ser aberta a múltiplas possibilidades para permitir que os eleitos tenham uma relação de proximidade com as bases e não fechada em si mesma.

A elaboração das listas de Deputados deverá considerar a igualdade de direitos de todos os militantes e ter em vista que, o Deputado da Nação deverá responder perante os militantes e eleitores da sua região – O plenário da Federação deverá votar toda e qualquer candidatura. Pretendemos como resultado a responsabilização dos Deputados para com a sua região, autarquias e militantes.

Complementarmente, comprometo-me também a realizar anualmente fóruns concelhios nos 17 concelhos, em parceria com as concelhias e secções do PS, mas aberto à comunidade, em que serão debatidos os problemas e apresentadas propostas para a sua solução e contributos para a construção de um projecto de desenvolvimento. Para cada crítica exigiremos de nós uma solução.

Caros e Caras camaradas
Meus amigos e minhas amigas

Não estamos contra ninguém, estamos a favor do PS, de Coimbra e da Região – instituiremos como lema o desenvolvimento solidário do Distrito de Coimbra – do Pinhal interior ao Litoral – através da valorização das pessoas, recursos e potencialidades.

As forças politicas de Coimbra (região) não podem continuar a assistir impávida e serenamente à desvalorização da região no todo nacional. Não é Lisboa que tem de dar a Coimbra – Coimbra tem de se afirmar por si tem de exigir, com racionalidade e oportunidade – Temos de acreditar e lutar por Coimbra e pela região Centro.

As melhores oportunidades surgem quase sempre nas crises. Há que realizar um debate interno no PS sério e responsável – o que queremos de facto para Coimbra.

O PS tem de estar à altura desta responsabilidade. Se somos poder teremos de ter projectos colectivos, não projectos pessoais de candidatos ou eleitos. Um candidatura, e um mandato em nome do PS tem de cumprir critérios de exigência e práticas éticas vinculativas em defesa do serviço e das causas públicas – Se formos por esse caminho seremos respeitados pelas populações e os nossos candidatos serão vitoriosos.

Queremos um PS que faça mais do que lamentar-se da ausência de militantes e do afastamento dos cidadãos da política. Um PS que assuma a responsabilidade de criar novas formas de identificação dos cidadãos, que os saiba ouvir e integrar, que saiba ousar e estar um passo à frente defendendo os conceitos de democracia participativa e paritária.

Para isso é preciso, que a partir de hoje, cada um de vós seja o porta-voz desta vontade, deste querer e desta oportunidade. Projectos de índole meramente pessoal, não podem condicionar o interesse colectivo.

Nós sabemos que há alguns que nos tentam diminuir e nos atacam severamente, sem pensar no prejuízo que causam ao PS nessa sua demanda pessoal.

Tudo bem, nós não vamos por aí.

Vamos ao longo destes meses até às eleições apresentar o nosso projecto as nossas propostas. Iremos a todos os Concelhos a todas as secções. Estaremos abertos à confrontação e debate democrático.

Seremos firmes e inabaláveis nos princípios éticos republicanos e na defesa do Estado Social forte. Não usaremos a demagogia e a mentira. Não usaremos a coacção, a ameaça e as promessas sempre repetidas em cada acto eleitoral, qual liturgia que só engana quem se quer deixar enganar.

Caros e Caras Camaradas, Meus amigos e minhas amigas

Quaisquer que sejam as pressões, os cenários propostos, as personalidades, os jogos de unidade, não vou desistir, vou até ao fim, até à Vitória que será do PS e não minha. Será Vossa será de todos Nós.

O PS Coimbra reclama urgentemente um partido de militantes e não de personalidades.

Obrigado a todos.

VIVA O PS – VIVA DISTRITO COIMBRA – VIVA PORTUGAL

Mário Ruivo (*)

(*) - Candidato à Presidência da Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista.

Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista


Candidatura de Mário Ruivo

Ao escolhermos este dia 31 de Janeiro e não outro para aqui estarmos, não o fizemos de forma gratuita nem foi obra do acaso.

A sua dimensão, do mesmo modo que os revoltosos a 31 de Janeiro de 1891 se indignavam com a humilhação a que o utimatum inglês acabava de sujeitar a sociedade portuguesa, também nós, socialistas, incomodados com a paralisia descaracterizadora a que, aqui em Coimbra e, não só, vimos assistindo, nos aprestámos para vos dizer, aqui e agora, que não nos conformamos com este estado de coisas e, que para tal, não nos dispomos apenas e, tão só, a manifestar a nossa indignação.

Vimos aqui para vos afirmar a nossa determinação em contribuir para a inversão do estado a que as coisas chegaram, anunciando-vos o propósito em regenerar a prática política não só no seio no Nosso Partido, mas também no seio da sociedade em geral.

O exercício político é um acto de cidadania que a todos deve comprometer que não pode ser deixado ao livre arbítrio apenas de alguns.

O Partido Socialista aqui em Coimbra, graças ao empenho e participação de todos os seus militantes e de todos os seus simpatizantes, foi antes e depois do 25 de Abril uma das grandes referências locais e nacionais. Foi-o num tempo em que a defesa das causas públicas se sobrepunha à dos interesses pessoais.

Hoje, fonte de práticas e posturas inadequadas de uns, e, ao laxismo displicente de nós outros, o facto é que o Partido em Coimbra deixou de ser uma referência tanto a nível local como a nível nacional. A responsabilidade desta situação é de todos nós, que não nos empenhámos como podíamos e devíamos. Podíamos ter feito mais e não o fizemos. Agora, foi assim, que um grupo de nós, emanado de todos vós, num acto de imperativa consciência, parou para pensar mas para pensar de forma plural e em conjunto. Quero dizer-vos que durante os tempos de reuniões que realizámos, até aqui chegarmos hoje, discordámos muito, até nas virgulas, mas no que não discordámos nunca, foi da importância de aqui estarmos hoje e de vos anunciar a determinação de intervirmos para restituir ao Distrito um Partido Socialista credível, aberto à participação plural de todos os militantes e não militantes, de acordo com os seus saberes, as suas competências e as suas disponibilidades. Um Partido Socialista que estimule o debate em torno de propostas exequíveis para cada um dos 17 concelhos, para o distrito, para a região e, porque não, para o País. Só assim podemos ambicionar em voltar a ser um partido credível e dentro dele fazer emergir protagonistas de causas e saberes capazes de ombrear com os melhores em capacidade técnica, sensibilidade social e talento político.

Um PS onde nenhum dos militantes deixe de participar por exclusão provocada ou consentida. Coimbra tem que voltar a orgulhar-se do seu Partido Socialista. O Partido que era uma família, onde se discutia, se divergia mas não se excluía.

Para que tal aconteça, apelamos aos militantes, a todos os militantes, para que se não limitem a aderir. Propomos-lhes que intervenham na proposição e na defesa das “causas socialistas”. Não se acanhem nem se intimidem face às dúvidas e às incertezas que vos invadam o espírito. O mundo alterou-se e todos os dias somos confrontados com novos aconteceres, muitos deles a subverterem as filosofias até aqui prevalecentes. Os conceitos e as verdades que foram o sustentáculo da nossa formação e consciencialização fragilizam o nosso pensamento e inquietam a nossa consciência.

Se já nem as chamadas ciências exactas garantem sustentabilidade nos seus eventos, como podemos nós dar garantia às verdades tidas, até hoje, como expressão fiel da natureza das coisas, se, já hoje, alguns autores, apelidam as verdades de “construções sociais da realidade”?

Do mesmo modo que o fazemos para os militantes, roga-se aos simpatizantes o seu regular contributo e a permanente participação. Se queremos melhorar as coisas e/ou melhorar o mundo é preciso melhorar os partidos existentes ou substituí-los por outros, porque são estes o esteio da Nossa Democracia (como disse Winston Churchill: “a democracia é o pior de todos os regimes, exceptuando todos os outros”).

Foram todos estes imperativos que tocaram a nossa sensibilidade de militantes que nos impulsionou e vai empolgar em permanência ao envolvimento neste movimento que veio aqui hoje anunciar o propósito de dotar o distrito de Coimbra de uma Federação Nova e de esta Federação vir a ser liderada pelo camarada Mário Ruivo.

Porquê o Mário Ruivo? Porque analisados os perfis de todos nós, tendo em conta os saberes, as capacidades, as disponibilidades para executar as tarefas, a sensibilidade social face às causas em presença, a tolerância para ouvir e acatar a pluralidade de opiniões, o sentido de honorabilidade e até a paciência para nos aturar, foi nosso entendimento de que ele é o melhor. O Mário Ruivo é o primeiro protagonista! Mas não será o único nem disporá de tratamento privilegiado, por esse facto, só o terá por ser o primeiro responsável do PS no distrito e nos representar a todos junto do PS Nacional.

Outros, de acordo com as suas exigências curriculares, a seu tempo, emergirão para a assunção das funções inerentes ao funcionamento dos órgãos institucionais da Federação Distrital.

Do mesmo modo que a consciência (que outros têm sempre tranquila) me impulsionou para regressar a esta intervenção activa em prol do Partido, calhou) ou fez-se calhar que fosse eu a vir aqui transmitir-vos esta mensagem e fazer-vos o apelo à participação.

Aceitei de bom grado fazê-lo, já que o incómodo interior face ao funcionamento do Partido, em Coimbra, e, não só, era medonho a atormentador, levando-me mesmo a alguns estados de exasperação.

E não foi “o mais de esquerda” ou “o menos de esquerda” que me criou incómodos. Essa questão é uma “falácia de mau pagador”. O que me inquietou e inquieta é a ausência de exercício político no Nosso Partido que a nós todos obriga a fazer regressar.

As considerações que se seguem só a mim obrigam e comprometem, mas não me dispenso de as afirmar.

Foi na relação capital/trabalho que na sua origem o PS assentou a sua declaração de princípios, fundamentando aí a sua essência ideológica e fê-lo com superior elevação sustentando essa relação nesse valor supremo que para nós socialistas é a solidariedade, vertida depois nos textos que lhe deram expressão imperativa na chamada coesão social.

Com o rodar dos tempos, se calhar fruto das dinâmicas sociais, à época, essa relação passou a designar-se por relação laboral e nós tementes à anunciada flexissegurança, que aí vem, receamos que a primeira seja mandada às malvas e a outra atirada para as urtigas! Porque não recuperar essa relação primeira, convertendo-a numa exigência da própria cidadania como nos legou Fernando Valle?

Se calhar, também aqui, teremos que parar para pensar. Pensar colectivo! Pensar alto com bom som!

O PS não pode deixar que o tratem como uma espécie de sociedade anónima de capitais públicos defensora de interesses privados.

Eu sei que a Europa constrange a autonomia dos governos nacionais e que o seu modelo económico neo-liberal, agora suavizado do Tratado de Lisboa, designando-o por economia de mercado social, condiciona as políticas, mas nada impede que o PS, não como Governo que o é neste momento, mas como Partido afirme uma coerente fidelidade aos princípios que o notabilizaram como formação inter-classista promotor da solidariedade social.

Só assim, o Partido, com todas as suas estruturas a funcionar e a exprimirem-se se sentirá obrigado, não só, a apoiar, mas a ajudar o Seu Governo a implementar e/ou a corrigir as suas políticas explicando as medidas e informando as populações e/ou canalizando para o Governo os anseios, as carências e as propostas destas mesmas populações. Assiste-se a um role de contestações e desinformações que na maior parte dos casos eram evitáveis, já que são consequências da ausência de funcionamento do Partido em todos os seus graus e competências.

Permitam-me que antes de terminar estes considerandos, lance daqui um grito que é um chamamento à adesão e participação dos jovens na vida política activa.

Ninguém como eu, enquanto jovem do meu tempo, foi tão rebelde, tão contestatário e tão desalinhado, mas isso não foi impeditivo que me envolvesse nas causas e lutasse por elas.

Após o 25 de Abril cheguei a pertencer a 23 organizações, todas elas promotoras das mudanças, que se apregoavam. Não terei estado tão bem, nelas todas, mas hoje voltaria a estar, nelas todas, e da mesma maneira, se calhar ainda com mais arreganho. Foi lá que aprendi a hoje poder dirigir-me a vós e dizer-vos que os valores que a modernidade vos oferece, os da chamada autonomia e da responsabilidade individual só enfraquecerão o vínculo que deveis manter com os outros se hipotecareis a solidariedade – o mais belo valor da humanidade. Não há incompatibilidades para a solidariedade.

Participai, empenhai-vos na proposição das vossas causas. Não permitis que outros o façam por vós, mas fazei-o com a tolerância que cada vez mais escasseia no mundo moderno. Tende sempre presente que se ao outro não lhe assiste o direito de afirmar que o que nós pensamos é falso, está errado, é inaceitável, é mesmo ofensivo, não estamos a ser tolerantes para com ele. Se esse mesmo outro pode estar errado, dizer coisas falsas e/ou mesmo tidas por inaceitáveis não estamos a ser tolerantes.

À partida todas as perspectivas definidas pelos outros são tão aceitáveis como as nossas. E se tais ideias nos ofendem, direis vós? Paciência, diremos nós!

Tolerar é um acto de cidadania como dizia o imortal Fernando Valle.

Hoje viemos aqui porque nos indignámos com o estado das coisas, não com as pessoas.

O estado das coisas tem responsáveis. Nada nos move contra alguém. Os que me conhecem sabem-no bem. Com todos queremos manter a mesma solidariedade de socialistas que somos e vamos continuar a ser. Não abdicaremos.

A vida política democrática mesmo quando praticada entre pares não deve, no campo das ideias, deixar de ser conflituosa, privada de discussão e até de divisão, o que não pode comportar é a animosidade entre as pessoas. O Mundo não está bom mas mesmo assim acho que nunca esteve melhor. Saudades? A nós socialistas só nos compete tê-las do futuro! Há que ajudá-lo a construir se o pretendemos melhor.

Manuel da Costa (*)

(*) - Coordenador da Direcção de Campanha da candidatura de Mário Ruivo à Presidência da Federação Distrital de Coimbra do Partido Socialista.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Jantar de Apresentação da Candidatura


Caro(a) Camarada,

Dia 31 de Janeiro, pelas 20h, irá realizar-se um jantar de apresentação da candidatura do camarada Mário Ruivo à presidência da Federação de Coimbra.

O Jantar será servido no restaurante Arte & Gala (observatório) em Coimbra (Santa Clara).
Coordenadas GPS:
Latitude: 40.19897395739419
Longitude: -8.4422367811203
Consulte aqui a localização. O mapa é interactivo.
Para estacionar a sua viatura pode usar gratuitamente o parque de estacionamento do observatório.

Venha apoiar esta candidatura. Teremos muito gosto em contar com a sua presença.

Para mais informações contacte-nos através do nosso endereço.

Saudações Socialistas.

Petição na Internet


Caro(a) Camarada,

Vimos por este meio divulgar a disponibilização de uma petição da Internet de apoio à candidatura do camarada Mário Ruivo à presidência da Federação de Coimbra.

Subscreva a petição através deste atalho.

Por último, agradecíamos que divulgasse o endereço da petição e o endereço da página de Internet.

Saudações Socialistas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Assumir a diferença e recuperar a credibilidade


O Partido Socialista afirmou-se, na sociedade portuguesa, como o seu partido estruturante, aquele que contribuiu decisivamente para a implantação de um Estado Democrático, para a inserção de Portugal na Europa e para a sua afirmação no espaço global.
Desde a sua fundação, assumiu-se sempre como um partido de bases, de todos os estratos sociais, tolerante e plural nas suas divergências. Um partido cujos militantes souberam sempre, nos momentos certos, encontrar os protagonistas adequados para a concretização do seu projecto político.
Porém, nos últimos tempos, tem-se acentuado uma crescente crítica à forma como o Partido Socialista no Distrito tem desenvolvido a sua intervenção política, pautada por uma completa ausência de projecto, divorciado da sociedade civil e evitando sistematicamente um debate plural entre todos os militantes.

Por ser assim importa parar para pensar – pensar diferente, decidir diferente, agir em conformidade.

A política é a ciência que governa os povos. Torna-se necessário assumir a capacidade de a fazer regressar à sua nobre condição de servir. Perseguir esse objectivo é um imperativo. Importa torná-la perceptível a todos os cidadãos, apelando à sua consciência cívica. Paralelamente, torna-se imperioso que os membros dos partidos políticos se assumam como activistas de causas e não como representantes de interesses.
Ao Partido Socialista importa que avoque os valores republicanos cuja génese assenta na defesa dos interesses comuns e na promoção das causas públicas, fazendo evoluir o fulanismo militante das suas práticas para o protagonismo activista das suas intervenções. Assim, devemos obrigar-nos a promover a politica como essência democrática da vida dos povos, acentuando assim as diferenças matriciais do Partido no que concerne à sociedade portuguesa.
As estruturas partidárias e os seus órgãos dirigentes, sejam eles quais forem, são uma emanação do seu todo, como modelo ideológico, pelo que faz sentido, que as suas propostas apresentem um conteúdo programático que se pretendam ajustadas, coerentes e realistas porque só assim recolhem a adesão geral.
As Federações Distritais, enquanto a desejada regionalização não chega, devem ser as estruturas, por excelência, onde homens e mulheres exercem a militância activa e plural, patrocinam o estudo e o debate e na preposição das acções concernentes ao desenvolvimento harmonioso do País.
Para tal, há que potenciar a pluralidade das sensibilidades e dos saberes dos seus militantes em todos os seus cargos e competências, fazendo-os integrar no órgãos federativos e, em simultâneo, abrir aos cidadãos a participação nas soluções a propor.
O Distrito de Coimbra é um universo de 17 Municípios do mais diversificado possível, um microcosmo de situações, cada um com as suas estruturas políticas próprias, onde os militantes não podem, nem devem, viver afastados da intervenção política do Partido.
Um socialista é um activista local que com o seu pensamento, o seu saber e as suas disponibilidades intervêm na comunidade.
Ao não se considerar a diferença existente entre eles, a lógica imperante de tratamentos iguais para situações diferenciadas, acentuou desigualdades e os resultados estão à vista com o crescente desencanto e alheamento. A manter-se este quadro, as disparidades poderão persistir ou mesmo aumentar e esse é o desafio para o qual todos somos chamados a intervir.
Não é possível promover o envolvimento activo dos militantes sem que sejam criadas as condições para que todos sejam chamados a participar no debate político, nas escolhas dos agentes locais e no respeito pelo seu trabalho diário de intervenção comunitária.
É, pois, uma Federação nova que o Distrito precisa e que a politica distrital reclama. O espaço e o tempo gasto com o fulanismo e o desvirtuar da praxis deve dar lugar à Cidadania,no legado de Miguel Torga, Fernando Valle e Fausto Correia e que a modernidade reclama.
Uma Federação de Coimbra em que o PS seja representativo das suas bases, participativo, desconcentrado e descentralizado, emanado do interesse geral. A um Partido dependente de poderes pessoais deve dar lugar um Partido de estruturas, onde não existam receios fúteis ou não se submetam estratégias de interesse colectivo, vencedoras, a lógicas de poderes individuais, perdedoras.
Acredito que Coimbra, como ocorre no País, também sentirá a necessidade dessa ruptura e de se rever no novo paradigma do exercício do poder político. Um poder para servir as populações, ético, livre, plural,rigoroso e solidário. Porque um partido não é pertença de ninguém. Ele representa a vontade de todos os militantes livres e esclarecidos que aí crescerão no combate às desigualdades, à opressão e ao abuso do poder.
Mais do que a crítica pública e inconsequente, junto a minha voz a todos aqueles que sentem orgulho no Partido Socialista e, conscientemente, assumem os desafios que as circunstâncias exigem. Daí, a minha completa afirmação para participar num projecto político regenerador que tenha sempre em conta as causas públicas e que seja congregador da opinião plural dos seus militantes.
Importa que a verdade da política seja a verdade da vida dos homens e das mulheres; importa que os problemas das pessoas sejam vistos pelos políticos como inquietação pública e séria.