domingo, 14 de setembro de 2008

NOVAS CAUSAS PARA O TURISMO

Após mais de uma dúzia de anos a discutir o modelo de organização regional do turismo em Portugal, o governo procedeu à tão esperada alteração organizacional, sendo certo que, do meu ponto de vista, não é a que os agentes económicos do sector esperavam.

Contrariamente a alguns, poucos, que entendem que a especificidade do sector não se coaduna com o quadro de ordenamento regional existente, penso que o Governo perdeu a oportunidade de, fazendo coincidir os contornos das novas Regiões de Turismo com as NUTES II, limitar a cinco o número de entidades públicas regionais com responsabilidades delegadas pelo Turismo de Portugal, I.P.. Cedeu a pressões que, claramente visaram pequenos interesses “paroquiais” permitindo a criação de pequenas “quintas” a que chama Pólos de Desenvolvimento Turístico, dentro das Áreas de Turismo Regional com, pasme-se, autonomia administrativa e financeira. Se o principal argumento válido, diga-se, para a necessidade de reorganização regional do turismo era o de que, o elevado número de R.Ts. e consequente pequena dimensão não lhes permitia ter o peso crítico necessário em termos de coerência de produto turístico oferecido e dos recursos e meios de acção disponíveis, com esta cedência, a contradição é evidente.
Ora se o modelo anterior, pleno de virtualidades quando nasceu, se foi esgotando ao longo do tempo, este novo modelo, do meu ponto de vista, já nasceu esgotado.
Foi pena que o Governo não tivesse aproveitado um trabalho feito pelo Prof. Dr. Vital Moreira sob encomenda do Secretário de Estado do Turismo do Governo do Eng. António Guterres. O Governo perdeu a oportunidade de criar cinco Delegações Regionais de Turismo, optando pela continuidade de um modelo que não é carne nem peixe.
Mas o que está feito, está feito, e não nos resta senão esperar pela Regionalização. Só com ela teremos verdadeiros Organismos Regionais.
Sobre estas e outras matérias, o Partido Socialista de Coimbra, mantém um silêncio ensurdecedor. O P.S. de Coimbra, durante muitos anos, habituou-nos a ser considerado referência nacional. Infelizmente, nos últimos tempos, perdeu-se a olhar para o seu próprio umbigo, desacreditando-se perante os cidadãos.
É minha convicção que, com a candidatura e, consequentemente, com a vitória do Mário Ruivo nas eleições para a Presidência da Federação Distrital de Coimbra do P.S., se venha a verificar uma modificação profunda do estado a que, do meu ponto de vista, e estou certo de que não é só meu, chegámos.
O “ Ciclo de Conferências” organizado pela candidatura do Mário Ruivo, cujas acções têm decorrido e continuarão a decorrer pelo Distrito de Coimbra, proporcionando um conjunto de debates entre militantes socialistas e abertos à participação de cidadãos não inscritos no P.S., suporta essa minha convicção.
Por estas e por outras razões, apoio a candidatura do Mário Ruivo, com a certeza de que só assim seremos poder local e regional, criando as condições políticas que permitam influenciar, à semelhança do que em tempos aconteceu, as políticas nacionais, recuperando o já referido quadro de referência nacional que os militantes, os simpatizantes e os cidadãos do Distrito de Coimbra exigem.

António A. Vieira Lopes

Publicado no Diário de Coimbra a 13/09/2008

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