Caros e caras camaradas,
Esta é a vossa casa.
Este é o espaço que tivemos de encontrar para poder trabalhar o projecto que desejamos para o nosso Partido Socialista de Coimbra, um espaço aberto ao diálogo, à tolerância e ao pluralismo.
Aqui se representa também a humildade de uma candidatura perante a dimensão da militância socialista no Distrito de Coimbra mas uma candidatura que se quer digna do património histórico, cívico e ético do nosso Partido.
Aqui sentimo-nos livres.
E temos as condições necessárias para trabalhar.
Um dia, que acreditamos breve, qualquer candidatura terá as mesmas condições de defender o seu programa, os seus princípios e os seus protagonistas naquela que é casa de todos os socialistas. Porque as convicções, os melhores projectos políticos e seus protagonistas não devem ter receio de se submeterem em condições de igualdade ao debate político. O Partido Socialista tem de ser capaz de assumir o futuro e saber quem melhor o representa na ligação à comunidade e quem melhor o organiza para os actos eleitorais e para a defesa dos seus valores.
E é imbuído deste espírito que torno pública a disponibilidade para a utilização gratuita deste mesmo espaço de toda e qualquer corrente de opinião, clube ou camarada individualmente considerado que necessite de um local para reunir, apresentar o seu projecto ou trabalhar. Não lhe perguntaremos de onde vêm nem para onde vão. Bastar-nos-á saber que são nossos camaradas e que precisam de um espaço para ser ou se afirmar socialista.
Esta candidatura não tem apenas um discurso ético.
Tem uma prática coerente com o que defende. Defendemos um projecto de regeneração da intervenção política e a ruptura com os erros cometidos. Não há uma segunda oportunidade para se mudar. Todos sabem da importância do próximo acto eleitoral para a Federação. E da necessidade de reunir numa candidatura todos aqueles que sentem a vontade de mudança, com as suas convicções, com as suas ideias, com divergências mas com um sentir comum:
Dignificar o PS.
Somos assumidamente um projecto vencedor. Perto de novecentos militantes já firmaram compromisso com ela.
Este é um movimento que cresce dia a dia. Mesmo que seja no silêncio requerido de alguns que reclamam mudança mas desejam que essa opção seja assumida em paz e no silêncio do acto eleitoral.
Pelo que somos a alternativa.
Consistente. Construída pelo Distrito com os militantes. Assumida por centenas na apresentação da candidatura. Concretizada nas assinaturas. Aberta a todos quantos a ela queiram aderir. Determinada. Até ao último voto porque não haverá da nossa parte qualquer recuo, desistência ou acordo com qualquer candidatura. Essa é a minha garantia. Nós assumiremos os nossos actos.
Cada um assumirá os seus.
Da mesma forma que desde sempre assumimos a nossa determinação em não apoiar qualquer candidatura às secções do partido, nem apoiaremos nenhum candidato às concelhias.
Esses são actos que devem obedecer a uma lógica livre dos militantes que aí fazem as suas opções.
Entendemos que esses actos não devem ter a intervenção ou patrocínio de qualquer líder ou candidato à Federação. Só assim podemos construir um partido livre e unido.
E é por isso que não estarei em nenhum acto de apresentação de candidatura e nenhum daqueles que me manifestou apoio foi por mim contactado para ser ou apoiar candidaturas. Estarei, contudo, em todos os actos de posse reconhecendo a legitimidade que aos eleitos foi conferida pelos militantes.
Este é outro dos princípios pelo qual orientarei sempre a minha actuação enquanto Presidente da Federação: Liberdade aos militantes e às estruturas para escolherem aqueles que melhor os representam.
Mas temos outros compromissos para assumir com o Partido e com os militantes. Quando assumir a Presidência da Federação estabeleceremos um compromisso com os eleitos socialistas para promoverem a aproximação do eleito ao eleitor, com propostas de acção que permitam alterar a relação de desconfiança que se vem acentuando na sociedade portuguesa em relação aos cargos políticos e à sua real preocupação com os problemas dos portugueses.
Essa também será uma forma de acompanharmos e apoiarmos os militantes que exercem cargos em nome do partido e do seu projecto político e não vetar, como tem ocorrido, ao abandono todos aqueles que assumiram candidaturas a autarquias e não viram o seu programa validado pelo eleitorado.
Temos de ser um partido solidário nas vitórias mas fundamentalmente devemos sê-lo nas derrotas. E esses camaradas que pelo Distrito vão defendendo os princípios e programa socialista devem merecer o nosso apoio permanente.
Criaremos um observatório permanente, com grupos de trabalho temáticos, para acompanhar e divulgar as fragilidades do Distrito e dos Concelhos, promovendo a procura de soluções que vão ao encontro da vontade das populações e permitam propostas de resolução consistentes e credíveis.
Nesse âmbito alargaremos esse trabalho a personalidades independentes com capacidade técnica e política para em nome de Coimbra e do seu Distrito se criar uma consciência colectiva de interesse comum que permita recuperar a importância que o nosso Distrito tem no contexto nacional e que divergências e ambições espúrias têm destruído.
Não podemos permitir que poucos destruam o trabalho que muitos fazem por essa afirmação.
Estamos perante um problema grave de identidade distrital mas temos em nós as soluções. Aqui lanço um apelo aos que no sector universitário, empresarial e sindical têm desenvolvido acções e projectos em defesa da nossa afirmação no contexto nacional para não desistirem desse objectivo e podem contar com a nossa disponibilidade para com eles trabalharmos em articulação e no respeito pelas divergências. Coimbra é uma lição há muito. Nós saberemos encontrar os caminhos para atingir esse fim, porque somos democratas e temos sentido ético do exercício das nossas funções.
Temos de ser capazes de credibilizar a acção política fazendo eleger novas posturas e novas formas de intervenção (criticar com alternativas) e fazer emergir novos valores como o sindicalismo de movimento social e a defesa da economia social e solidária de modo a contribuir para a superação do desânimo e do desespero, impedindo assim o esmorecimento e a desistência das populações face às dificuldades.
Somos diferentes. Assumimos a diferença.
O nosso discurso é virado para o futuro, coerente e assenta no compromisso com a verdade. Os cargos que ocupamos e ocuparemos no partido e na sociedade são em nome de um projecto político não de um desígnio qualquer. Não estamos neste percurso para ser seja o que for porque não precisamos. Os projectos pessoais não são parte integrante deste movimento e temos compromissos assumidos apenas com princípios, não com pessoas. Prometer o que não se pode cumprir é destruir a matriz do exercício político.
Assumimos o respeito pelas decisões das posições tomadas nos orgãos concelhios do partido. Pelo que não podemos prometer apoios a qualquer candidatura às autarquias. Porque se cometeram erros graves nessa matéria.
Assumimos que os deputados serão indicados pelos militantes da Comissão Política de Federação em votação aberta e democrática. Não temos compromissos com nenhum militante para esse fim.
Assumimos que o nosso Secretariado da Federação terá quadros das diferentes áreas de conhecimento, com liberdade de intervenção e serão os porta-voz dos pelouros que tutelarem. E para ali serão convidados elementos válidos da candidatura opositora.
Estes são alguns dos princípios orientadores da nossa candidatura.
Mas fundamental é assumir princípios assentes no carácter, na verdade, na solidariedade, na liberdade.
Levantaremos essas colunas. É a minha garantia pessoal. E estarei cá para ser avaliado daqui a dois ou três anos pelo cumprimento desse compromisso. Esta é a regra da democracia. Razão pela qual agora se fará a avaliação dos compromissos assumidos e do projecto desenvolvido nos últimos dois anos pelo actual líder da Federação.
Porque é este ano que essa avaliação é feita. Não há uma segunda oportunidade.
Voltaremos depois de concluídos os actos eleitorais para as concelhias. Agora é o momento desse debate. Felicidades a todos os candidatos. Os nossos parabéns aos novos líderes das centenas de secções existentes no Distrito.
Contamos com todos vocês no trabalho de promoção de um PS novo.
Porque é este ano que essa avaliação é feita. Não há uma segunda oportunidade.
Voltaremos depois de concluídos os actos eleitorais para as concelhias. Agora é o momento desse debate. Felicidades a todos os candidatos. Os nossos parabéns aos novos líderes das centenas de secções existentes no Distrito.
Contamos com todos vocês no trabalho de promoção de um PS novo.
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